No Meu Quarto by Valete Lyrics
[Intro]
[?]
[Verso 1]
Na minha cama eu tenho uma dama que eu mal conheço
Atraída por esta fama que eu às vezes exerço
Que miséria de espírito
Ela dá o corpo e o espírito por algo cheio de nada
Que miséria de espírito a minha
A aproveitar da degradação de valores de uma coitada
Com fascínio irracional pelo estrelato
Fascínio racional pelo aparato sem substrato (mano)
Todos querem estar atracados aos mais amados
Para puderem ter a atenção dos que amam os mais amados
Carência colectiva patológica
Escravos do amor escasso é a nossa tese sociológica
Acendo a televisão
Vejo o Passos de Coelho a dizer que em breve saímos da recessão
Porque que é que a gente vota nesses políticos?
São extensões do poder económico 'tá mais que explicito
Assaltam o Estado, dão cargos aos aliados
Das autarquias aos ministérios está tudo maniatado
Privatizam a justiça em nome deles
Instrumentalizam os media para nos deixar alienados
É a falência da democracia representativa
Que apenas pariu corrupção e uma massa passiva
Uma massa inofensiva de homens que subjugaram
Que abdicaram do país que eles usurparam e desmantelaram
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Verso 2]
Na aparelhagem só tocam musicas refrescantes
Sons de Tamin, Sacik Brow, Orlando Santos
Músicos independentes, de inegável talento
Mas com pouca projecção neste mercado aberrante
Promotores só contratam artistas da playlist
Catapultam os catapultados e o talento desiste
Os festivais estão cheios, de artistas sem publico
Impostos por agências, para promoverem seus músicos
Eles ignoram todo o teu buzz na internet
Se não tens TV nem rádio o teu buzz morre na retrete, mano
Esta é a industria anti-méritocracia
Promotores e editoras em pornografia doentia (explicito)
Na mesa de cabeceira tenho latas de Coca-Cola
Sacos de Mc Donalds, é só comida rafeira
É só toxicidade que me envenena o corpo
Por dentro eu sou uma lixeira de comida carniceira
Sou mais uma vítima dessa publicidade
Que nos cerca, para nos por nos impor vontades e necessidades
Andamos sempre doentes a comer o que eles publicitam
Depois médicos dão-nos medicamentos que não nos reabilitam, claro
Medicamentos que te aliviam só temporariamente
Para seres obrigado a compra-los infinitamente
Assim vamos alimentando a industria farmacêutica
Eles bilionários e nós doentes sem terapêutica
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Verso 3]
Vou para o computador
Abro o meu Facebook
São 5 da manhã e ainda há bué gente a postar cenas
Desabafam problemas, criticam o sistema
Sugerem temas, partilham lemas e poemas
Tudo com o propósito de obter atenção
E vale tudo em busca dessa atenção suprema
O afecto e a atenção que o mundo real não lhes deu
O mundo real que nos tornou em cegos ou ateus
O mundo real, o da competição mortal
O mundo canibal onde toda a gente é rival
Onde o amor não dá sinal
E já avista o seu funeral
Onde viver é infernal
Por isso só nos resta o virtual
Da janela eu vejo pessoas a irem para o trabalho
Abatidas, deprimidas, sem vida como espantalhos
Resignadas num trabalham que nunca desejaram ter
Resignadas na ideia que têm de ser escravas p'ra viver
Mano, viveram assim, escravos a vida toda
Sem alegria para oferecer sem sonhos para renascer, mano
Estamos todos atrás desse dinheiro necessário (todos)
Elemento prioritário neste sistema monetário
Que te diz que ser feliz e realizado é secundário (yeah)
E que sem um salário, tu não existes neste calvário
Eu vejo toda a nossa degradação no meu quarto (toda)
Diz-me, vês o mesmo do teu quarto?
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Outro]
Vejo-te a ti
Tu ves-me a mim
Tu vês todos
Tu vês tudo
Tu podes ser a renovação que procuravas em ti mesmo
Tu podes-me renovar
Tu podes enterrar este mundo
E parir outro mundo
Um mundo novo
Tu vês tudo
Tu, podes, tudo
[?]
[Verso 1]
Na minha cama eu tenho uma dama que eu mal conheço
Atraída por esta fama que eu às vezes exerço
Que miséria de espírito
Ela dá o corpo e o espírito por algo cheio de nada
Que miséria de espírito a minha
A aproveitar da degradação de valores de uma coitada
Com fascínio irracional pelo estrelato
Fascínio racional pelo aparato sem substrato (mano)
Todos querem estar atracados aos mais amados
Para puderem ter a atenção dos que amam os mais amados
Carência colectiva patológica
Escravos do amor escasso é a nossa tese sociológica
Acendo a televisão
Vejo o Passos de Coelho a dizer que em breve saímos da recessão
Porque que é que a gente vota nesses políticos?
São extensões do poder económico 'tá mais que explicito
Assaltam o Estado, dão cargos aos aliados
Das autarquias aos ministérios está tudo maniatado
Privatizam a justiça em nome deles
Instrumentalizam os media para nos deixar alienados
É a falência da democracia representativa
Que apenas pariu corrupção e uma massa passiva
Uma massa inofensiva de homens que subjugaram
Que abdicaram do país que eles usurparam e desmantelaram
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Verso 2]
Na aparelhagem só tocam musicas refrescantes
Sons de Tamin, Sacik Brow, Orlando Santos
Músicos independentes, de inegável talento
Mas com pouca projecção neste mercado aberrante
Promotores só contratam artistas da playlist
Catapultam os catapultados e o talento desiste
Os festivais estão cheios, de artistas sem publico
Impostos por agências, para promoverem seus músicos
Eles ignoram todo o teu buzz na internet
Se não tens TV nem rádio o teu buzz morre na retrete, mano
Esta é a industria anti-méritocracia
Promotores e editoras em pornografia doentia (explicito)
Na mesa de cabeceira tenho latas de Coca-Cola
Sacos de Mc Donalds, é só comida rafeira
É só toxicidade que me envenena o corpo
Por dentro eu sou uma lixeira de comida carniceira
Sou mais uma vítima dessa publicidade
Que nos cerca, para nos por nos impor vontades e necessidades
Andamos sempre doentes a comer o que eles publicitam
Depois médicos dão-nos medicamentos que não nos reabilitam, claro
Medicamentos que te aliviam só temporariamente
Para seres obrigado a compra-los infinitamente
Assim vamos alimentando a industria farmacêutica
Eles bilionários e nós doentes sem terapêutica
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Verso 3]
Vou para o computador
Abro o meu Facebook
São 5 da manhã e ainda há bué gente a postar cenas
Desabafam problemas, criticam o sistema
Sugerem temas, partilham lemas e poemas
Tudo com o propósito de obter atenção
E vale tudo em busca dessa atenção suprema
O afecto e a atenção que o mundo real não lhes deu
O mundo real que nos tornou em cegos ou ateus
O mundo real, o da competição mortal
O mundo canibal onde toda a gente é rival
Onde o amor não dá sinal
E já avista o seu funeral
Onde viver é infernal
Por isso só nos resta o virtual
Da janela eu vejo pessoas a irem para o trabalho
Abatidas, deprimidas, sem vida como espantalhos
Resignadas num trabalham que nunca desejaram ter
Resignadas na ideia que têm de ser escravas p'ra viver
Mano, viveram assim, escravos a vida toda
Sem alegria para oferecer sem sonhos para renascer, mano
Estamos todos atrás desse dinheiro necessário (todos)
Elemento prioritário neste sistema monetário
Que te diz que ser feliz e realizado é secundário (yeah)
E que sem um salário, tu não existes neste calvário
Eu vejo toda a nossa degradação no meu quarto (toda)
Diz-me, vês o mesmo do teu quarto?
[Refrão]
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Do meu quarto eu vejo tudo
É aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
[Outro]
Vejo-te a ti
Tu ves-me a mim
Tu vês todos
Tu vês tudo
Tu podes ser a renovação que procuravas em ti mesmo
Tu podes-me renovar
Tu podes enterrar este mundo
E parir outro mundo
Um mundo novo
Tu vês tudo
Tu, podes, tudo