Calhau TCC Homem Estátua by TILT Lyrics
[Verso 1]
Desde que me lembro ele martela
Minuciosamente a esculpir a pedra
Já saí desse abismo
Já pertenci ao penhasco, mas não sou
Nem nunca vou ser aquilo que sonhaste esculpido
Martelo à mão, mão ao trabalho
Porque dá frutos
E frutos mordem-se
A maior parte desses insultos comem-se quando dizem: És frio
Também sou poluído, queres mergulhar no rio?
Provar destas águas?
O que interessa é o que és por dentro porque algumas marteladas
Podem-te fazer parecer humanos mas...
Mas isso não quer dizer que o sejas!
Não te quero afastar, quero-te apresentar quem beijas
Explicar-te porque bocejas
Porque é que eu 'tou com sono?
Porque o mundo ainda deseja!
Viola igreja íntima de cabeça na bandeja
Antes da caída do Outono
A ínfima batida desta pedra dá-me um certo pormenor
Apalpa aquilo que podes: juro-te que é o meu melhor
Decora os olhos porque esta estátua não pisca
Sim, sou frio
Viro-me p'ra cima como o meu chapéu vazio
[Refrão]
Desde que me lembro ele martela minuciosamente
Atento a esculpir a pedra
Mas ele continua frio
Já vi ouro deformado a iluminar o ar sombrio
Um calhau transformado
Mas eu sou isto: pedra
Bonito p'a quem martela, vazio p'a quem se transforma
Ele acorda na cela e quer sair p'a fora...dela
[Verso 2]
Queres a minha culpa? Assumo-a
Pedrado como uma gárgula ao sol do meio-dia
A fumar uma na esplanada
Samsara na minha palma
Nunca beijei a alma. Abastada fauna morta
Raça atrás da nota que nenhuma flauta toca
P'ra quê lapidar rocha com ferramenta torta?
Enoja-me profundamente essa hipocrisia
Camuflada no teu ventre
Cria essa cria com apatia transparente
Isto chama-se educação ou abolição da mente?
Quem se transforma, por norma, morre e acorda
Tento mas 'tou com sono
Ecoou a coma e ressono
O que me faz crer q'esta Roma educou-me
Queria um detalhe de pilar Grego
Mas sou coluna de cimento
Fruta podre para o isco da serpente
Que não muda por dentro, afunda sem fundamento
Depressiva nau
Combustão, carvão, negro calhau
Eu: Caduceu que verga, disfarço forma bela
Fodido ser esculpido e não passar d'uma pedra
[Refrão]
Desde que me lembro ele martela minuciosamente
Atento a esculpir a pedra
Mas ele continua frio
Já vi ouro deformado a iluminar o ar sombrio
Um calhau transformado
Mas eu sou isto: pedra
Bonito p'a quem martela, mas banal pa' quem se transforma
Ele acorda na cela e quer sair p'a fora...dela
Desde que me lembro ele martela
Minuciosamente a esculpir a pedra
Já saí desse abismo
Já pertenci ao penhasco, mas não sou
Nem nunca vou ser aquilo que sonhaste esculpido
Martelo à mão, mão ao trabalho
Porque dá frutos
E frutos mordem-se
A maior parte desses insultos comem-se quando dizem: És frio
Também sou poluído, queres mergulhar no rio?
Provar destas águas?
O que interessa é o que és por dentro porque algumas marteladas
Podem-te fazer parecer humanos mas...
Mas isso não quer dizer que o sejas!
Não te quero afastar, quero-te apresentar quem beijas
Explicar-te porque bocejas
Porque é que eu 'tou com sono?
Porque o mundo ainda deseja!
Viola igreja íntima de cabeça na bandeja
Antes da caída do Outono
A ínfima batida desta pedra dá-me um certo pormenor
Apalpa aquilo que podes: juro-te que é o meu melhor
Decora os olhos porque esta estátua não pisca
Sim, sou frio
Viro-me p'ra cima como o meu chapéu vazio
[Refrão]
Desde que me lembro ele martela minuciosamente
Atento a esculpir a pedra
Mas ele continua frio
Já vi ouro deformado a iluminar o ar sombrio
Um calhau transformado
Mas eu sou isto: pedra
Bonito p'a quem martela, vazio p'a quem se transforma
Ele acorda na cela e quer sair p'a fora...dela
[Verso 2]
Queres a minha culpa? Assumo-a
Pedrado como uma gárgula ao sol do meio-dia
A fumar uma na esplanada
Samsara na minha palma
Nunca beijei a alma. Abastada fauna morta
Raça atrás da nota que nenhuma flauta toca
P'ra quê lapidar rocha com ferramenta torta?
Enoja-me profundamente essa hipocrisia
Camuflada no teu ventre
Cria essa cria com apatia transparente
Isto chama-se educação ou abolição da mente?
Quem se transforma, por norma, morre e acorda
Tento mas 'tou com sono
Ecoou a coma e ressono
O que me faz crer q'esta Roma educou-me
Queria um detalhe de pilar Grego
Mas sou coluna de cimento
Fruta podre para o isco da serpente
Que não muda por dentro, afunda sem fundamento
Depressiva nau
Combustão, carvão, negro calhau
Eu: Caduceu que verga, disfarço forma bela
Fodido ser esculpido e não passar d'uma pedra
[Refrão]
Desde que me lembro ele martela minuciosamente
Atento a esculpir a pedra
Mas ele continua frio
Já vi ouro deformado a iluminar o ar sombrio
Um calhau transformado
Mas eu sou isto: pedra
Bonito p'a quem martela, mas banal pa' quem se transforma
Ele acorda na cela e quer sair p'a fora...dela