Desculpa by Rijo Lyrics
Nascido no século vinte, o Bill sobe ao poder
E nos três dias seguintes era a SIC a nascer
E ao fim de três anos duma migração
Eu nem sequer tava nos planos dessa relação
Quis vir ao mundo à força, eu nem fui programado
Isso para mim é uma prova que eu sou abençoado
Eles não viam a liberdade, viam a mira dela
Aventuraram-se de verdade, vinham de Mirandela
Águeda no mapa, tapa toda fome
Mas agora a etapa escapa a vida e ensina e some
E lá fui crescendo num bairro industrial
Mesmo não sabendo da fase inicial
Eu cá nunca fui tendo idade facial
Mas até fui sendo um rapaz social
Aos cinco a andar nessa mudança habital
Era terceiro andar, Aguada de Cima central
Skate e futebol, era o que eu via à frente
Música no control cada vez mais no presente
Desde a Primária e de forma inconsciente
Redações na área e eu cá rimava sempre
Então desculpa
Na adolescência, idade da exploração
Nós na experiência atrás do pavilhão
É tabaco sente, olhos na estrada
Aos olhos dessa gente era cena pesada
Aos olhos dessa gente, malta drogada
Aos olhos dessa gente, família coitada
Aos olhos dessa gente, alma infectada
E aos olhos da minha gente nem era nada
Infectados sim, pela vergonha
Pelo menos para mim eu baixava a fronha
E é triste saber quando a mãe ia ao mercado
"Deve ser difícil ter um filho que é drogado”
Falam duma cena que eu nunca lhe vi a cor
Beatas com problema, querem é ter rumor
Se a minha família nunca me envergonhara
Não era eu que iria um dia a sujar-lhes a cara
Falam do jardim sem saber o que têm em casa
Hoje olho para mim, sou mais forte que NASA
Então desculpa
Coimbra com encanto, aquele novo percurso
Eu lá sozinho enquanto tirava novo curso
E quem diria que para um rebelde demais
Estudava um dia a cinquenta quilómetros dos pais
Numa escola de artes, desenho era focado
Três anos de arte e em três anos voltei formado
Sem medo do trabalho fui pá linha pintura
Hoje o que batalho é pelo o bem duma cultura
Ontem pendurava peças, hoje faço projectos
Que promoção é essa que me deixa inquieto
É que entre trabalho e música não há acordo
Se num está o espírito noutro só está o corpo
Então desculpa, se esse não sequer é o meu posto
Então desculpa, se apenas luto para ser o oposto
Então desculpa, se eu tento, quero e estou disposto
De ser músico e assim ficar exposto
Então desculpa
Sempre quis fazer um estúdio no meu quarto
Sempre fiz do meu refúgio o meu parto
De facto nasço a cada letra que faço
O meu espaço faço daquelas paredes compasso
O meu pai nunca proibiu de faze-lo
Mas é um facto que nunca tive o apelo
Sem apoio, ao pesadelo
Quanto mais eu ardia mais se virava um gelo
Agora vês que o que eu dizia quando era puto
É o mesmo que hoje vou, tento e disputo
Pai, eu sempre te disse sem ser um mistério
Disse o queria ser mas nunca fui levado a sério
Eu trabalho para o meu sonho
Não sonho pelo trabalho
Quanto mais triste me ponho
Também sei que é assim que eu falho
Quantas vezes foste ouvir o que fiz
Quantas vezes pediste para ler a escrita
Quantas vezes é que me viste feliz
Mas quantas vezes é que me viste artista
Mas o que não mata, fica preso na goela
Empregos de gravata só para enforcar-me nela
É fácil ver o bronze ou ouro nas medalhas
Cada vez mais pobre que as pombas atiram migalhas
Então desculpa
Melomaníaco de meio metro, logo aos 10 anos
Barulhento bem completo com ou sem os manos
Hoje vejo-me a investir tudo num CD
E corro o risco de acabar como cliché
Já à mais de 5 anos que cozinho isto
Sou inseguro nos planos mas eu invisto
Já gravei, desisti, evolui, gravei, não curti
Deixei, escrevi, regravei, senti, e assim fui ficando nisto
E assim fui ficando nisto
Ainda assim dão pala ao tipo que imita
Rap propala, eu constipo na fita
Se o rap embala o tipo que edita
Eu não vou à pala, é o triplo da guita
Mas vou devagar, vida estudada
Deixar uma família em casa e encontrar outra na estrada
Sem pena sem sorte, sem truque na manga
Independência ou morte, é o Grito de Ipiranga
Só eu e os meus vamos andando crentes
Amigos são irmãos de pais diferentes
Podes ver a ficha técnica, o Mello está lá
Podes ver putos com técnica, o Mello está lá
Ele vai ter o meu suporte mesmo no EDM
Já fez mais pelo Hip-Hop, que muitos agora geme
Quem não curte que nos deixe, leva o é erro grande
Ele no meu backstage, eu com ele Tomorrowland
Se não nos curtes, então desculpa
Se invejas, então desculpa
Se não nos suportas, então desculpa
É que somos os “next one”, ah, não há desculpa
Não há desculpa
Não há desculpa
Então desculpa
E nos três dias seguintes era a SIC a nascer
E ao fim de três anos duma migração
Eu nem sequer tava nos planos dessa relação
Quis vir ao mundo à força, eu nem fui programado
Isso para mim é uma prova que eu sou abençoado
Eles não viam a liberdade, viam a mira dela
Aventuraram-se de verdade, vinham de Mirandela
Águeda no mapa, tapa toda fome
Mas agora a etapa escapa a vida e ensina e some
E lá fui crescendo num bairro industrial
Mesmo não sabendo da fase inicial
Eu cá nunca fui tendo idade facial
Mas até fui sendo um rapaz social
Aos cinco a andar nessa mudança habital
Era terceiro andar, Aguada de Cima central
Skate e futebol, era o que eu via à frente
Música no control cada vez mais no presente
Desde a Primária e de forma inconsciente
Redações na área e eu cá rimava sempre
Então desculpa
Na adolescência, idade da exploração
Nós na experiência atrás do pavilhão
É tabaco sente, olhos na estrada
Aos olhos dessa gente era cena pesada
Aos olhos dessa gente, malta drogada
Aos olhos dessa gente, família coitada
Aos olhos dessa gente, alma infectada
E aos olhos da minha gente nem era nada
Infectados sim, pela vergonha
Pelo menos para mim eu baixava a fronha
E é triste saber quando a mãe ia ao mercado
"Deve ser difícil ter um filho que é drogado”
Falam duma cena que eu nunca lhe vi a cor
Beatas com problema, querem é ter rumor
Se a minha família nunca me envergonhara
Não era eu que iria um dia a sujar-lhes a cara
Falam do jardim sem saber o que têm em casa
Hoje olho para mim, sou mais forte que NASA
Então desculpa
Coimbra com encanto, aquele novo percurso
Eu lá sozinho enquanto tirava novo curso
E quem diria que para um rebelde demais
Estudava um dia a cinquenta quilómetros dos pais
Numa escola de artes, desenho era focado
Três anos de arte e em três anos voltei formado
Sem medo do trabalho fui pá linha pintura
Hoje o que batalho é pelo o bem duma cultura
Ontem pendurava peças, hoje faço projectos
Que promoção é essa que me deixa inquieto
É que entre trabalho e música não há acordo
Se num está o espírito noutro só está o corpo
Então desculpa, se esse não sequer é o meu posto
Então desculpa, se apenas luto para ser o oposto
Então desculpa, se eu tento, quero e estou disposto
De ser músico e assim ficar exposto
Então desculpa
Sempre quis fazer um estúdio no meu quarto
Sempre fiz do meu refúgio o meu parto
De facto nasço a cada letra que faço
O meu espaço faço daquelas paredes compasso
O meu pai nunca proibiu de faze-lo
Mas é um facto que nunca tive o apelo
Sem apoio, ao pesadelo
Quanto mais eu ardia mais se virava um gelo
Agora vês que o que eu dizia quando era puto
É o mesmo que hoje vou, tento e disputo
Pai, eu sempre te disse sem ser um mistério
Disse o queria ser mas nunca fui levado a sério
Eu trabalho para o meu sonho
Não sonho pelo trabalho
Quanto mais triste me ponho
Também sei que é assim que eu falho
Quantas vezes foste ouvir o que fiz
Quantas vezes pediste para ler a escrita
Quantas vezes é que me viste feliz
Mas quantas vezes é que me viste artista
Mas o que não mata, fica preso na goela
Empregos de gravata só para enforcar-me nela
É fácil ver o bronze ou ouro nas medalhas
Cada vez mais pobre que as pombas atiram migalhas
Então desculpa
Melomaníaco de meio metro, logo aos 10 anos
Barulhento bem completo com ou sem os manos
Hoje vejo-me a investir tudo num CD
E corro o risco de acabar como cliché
Já à mais de 5 anos que cozinho isto
Sou inseguro nos planos mas eu invisto
Já gravei, desisti, evolui, gravei, não curti
Deixei, escrevi, regravei, senti, e assim fui ficando nisto
E assim fui ficando nisto
Ainda assim dão pala ao tipo que imita
Rap propala, eu constipo na fita
Se o rap embala o tipo que edita
Eu não vou à pala, é o triplo da guita
Mas vou devagar, vida estudada
Deixar uma família em casa e encontrar outra na estrada
Sem pena sem sorte, sem truque na manga
Independência ou morte, é o Grito de Ipiranga
Só eu e os meus vamos andando crentes
Amigos são irmãos de pais diferentes
Podes ver a ficha técnica, o Mello está lá
Podes ver putos com técnica, o Mello está lá
Ele vai ter o meu suporte mesmo no EDM
Já fez mais pelo Hip-Hop, que muitos agora geme
Quem não curte que nos deixe, leva o é erro grande
Ele no meu backstage, eu com ele Tomorrowland
Se não nos curtes, então desculpa
Se invejas, então desculpa
Se não nos suportas, então desculpa
É que somos os “next one”, ah, não há desculpa
Não há desculpa
Não há desculpa
Então desculpa