Do Pobre B. B. by Jorge Palma Lyrics
Eu, Bertold Brecht, sou das negras florestas
Minha mãe resolveu pelas cidades andar
Comigo no ventre e o frio das florestas
Até à morte me há-de acompanhar
A minha casa é a cidade do asfalto
Desde o início apetrechado com os sacramentos da morte
Com jornais. E tabaco. E aguardente
Desconfiado, sorna, e no fim com sorte
Sou amável com as pessoas
Até ponho chapéu de côco, como elas gostam de usar
Digo: têm um cheiro especial estes bichos
E digo: não faz mal, o meu não é melhor
Nas minhas cadeiras de baloiço, de manhã
Às vezes um bando de mulheres faço sentar
E olho para elas descuidado e digo:
Com este aqui não podem vocês contar
À noitinha reuno homens à minha volta
Por "gentlemen" nos vamos tratando
Eles põem os pés nas minhas mesas
E dizem: vamos melhorar... e eu nem pergunto: quando?
Cedinho ainda, no pardo amanhecer, os abetos mijam
E a passarada, os seus parasitas, começa a gritar
A essa hora bebo um último copo na cidade
E deito fora a beata e, inquieto, vou-me deitar...
Fomos vivendo, nós, leviana geração
Em casas tidas por indestrutíveis
(Assim construímos os altos caixotes da ilha de Manhattan
E, para divertir o atlântico, as antenas flexíveis)
Destas cidades ficará o que as atravessou: o vento!
A casa alegra quem come... e a esvazia
Sabemos que somos meros transeuntes
O que depois virá é de pouca valia
Nos terramotos que aí vêm, espero
Não vou deixar apagar o meu virgínia amargurado
Eu, Bertold Brecht, filho das negras florestas p'rás cidades de asfalto
E, em tempos no ventre de minha mãe, p'ra aí lançado
Minha mãe resolveu pelas cidades andar
Comigo no ventre e o frio das florestas
Até à morte me há-de acompanhar
A minha casa é a cidade do asfalto
Desde o início apetrechado com os sacramentos da morte
Com jornais. E tabaco. E aguardente
Desconfiado, sorna, e no fim com sorte
Sou amável com as pessoas
Até ponho chapéu de côco, como elas gostam de usar
Digo: têm um cheiro especial estes bichos
E digo: não faz mal, o meu não é melhor
Nas minhas cadeiras de baloiço, de manhã
Às vezes um bando de mulheres faço sentar
E olho para elas descuidado e digo:
Com este aqui não podem vocês contar
À noitinha reuno homens à minha volta
Por "gentlemen" nos vamos tratando
Eles põem os pés nas minhas mesas
E dizem: vamos melhorar... e eu nem pergunto: quando?
Cedinho ainda, no pardo amanhecer, os abetos mijam
E a passarada, os seus parasitas, começa a gritar
A essa hora bebo um último copo na cidade
E deito fora a beata e, inquieto, vou-me deitar...
Fomos vivendo, nós, leviana geração
Em casas tidas por indestrutíveis
(Assim construímos os altos caixotes da ilha de Manhattan
E, para divertir o atlântico, as antenas flexíveis)
Destas cidades ficará o que as atravessou: o vento!
A casa alegra quem come... e a esvazia
Sabemos que somos meros transeuntes
O que depois virá é de pouca valia
Nos terramotos que aí vêm, espero
Não vou deixar apagar o meu virgínia amargurado
Eu, Bertold Brecht, filho das negras florestas p'rás cidades de asfalto
E, em tempos no ventre de minha mãe, p'ra aí lançado