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Roupa Velha by Fausto Lyrics

Genre: pop | Year: 1979

Rapariguinha,cose a tua saia velha de cambraia
Que outra não podes comprar baixa a bainha
Rasga o pé-de-meia quando é magra a ceia
Quem nos há-de aguentar, oh bonitinha

A que preço está o peixe na corrida
A xaputa já é truta promovida
Puxa da massa apalpa a fruta insecticida
Fez a pileca da vitela uma investida
E a salsicha "isidora" é alheira de Mirandela

A que preço está a couve e o grão-de-bico
Bacalhau quase não há deu-lhe o fanico
Tenho prisão de ventre oh pá? eu já te explico
O feijão-frade subiu ao céu vende o penico
Se não há grelos no mercado há bons nabos no hemiciclo

Guarda a roupa velha que sobra do almoço
Dá o braço à Maria ao Manel e ao Joaquim
Não vás devagarinho faz da praça um alvoroço
Leva-me contigo ai!! não te esqueças de mim
Rapariguinha,cose a tua saia velha de cambraia
Que outra não podes comprar baixa a bainha
Rasga o pé-de-meia quando é magra a ceia
Quem nos há-de aguentar, oh bonitinha

A que preço está o vinho nessa pipa
Arde o preço da aguardente queima a tripa
A água-pé é um detergente só constipa
Já não gosto da cerveja dessa tipa
E a jeropiga a martelo é servida em bandeja

A que preço está a casa nessa esquina
Não se aluga só se vende é uma mina
Quem a vende tem juros lucros alucina
Quem não tem casa inventa imagina
Sonha ao relento é multado
Mora em barraca clandestina

Guarda a roupa velha que sobra do almoço
Dá o braço à Maria ao Manel e ao Joaquim
Não vás devagarinho faz da praça um alvoroço
Leva-me contigo ai!! não te esqueças de mim

Rapariguinha,cose a tua saia velha de cambraia
Que outra não podes comprar baixa a bainha
Rasga o pé-de-meia quando é magra a ceia
Quem nos há-de aguentar, oh bonitinha
Como vai a nossa vida de chinelo
Pelo custo não é festa é um duelo
O cabaz da fome é caro magricela
Mais barato é o discurso tagarela
Nada diz nada acrescenta nem mexe o fundo à panela

Dá o braço à Maria ao Manel e ao Joaquim
Não vás devagarinho faz da praça um alvoroço
Leva-me contigo ai!! não te esqueças de mim

Rapariguinha, cose a tua saia velha de cambraia
Que outra não podes comprar baixa a bainha
Rasga o pé-de-meia quando é magra a ceia
Quem nos há-de aguentar, oh bonitinha