Quatro Manos 98 by Face da Morte Lyrics
[Verso 1: Aliado G]
Periferia das grandes cidades, palco das maldades
Refúgio pra quem chega de outros estados
Estão isolados do eixo Rio-São Paulo
Quem olha de fora acha que ganha dinheiro em qualquer lugar e a qualquer hora
Não é bem assim
Olhem pra mim, são palavras que batem forte no seu coração
Principalmente se você se enquadra na questão
Dezembro de 81 aconteceu a invasão
Uma área vazia, não tinha dono, não
Está constituída mais uma favela
No ano seguinte, apareceu o primеiro traficante
Era o Celsinho, semprе elegante
Cordões de ouro, camisa de seda, uma beleza
Pra molecada, era o anjo da guarda, era o espelho
E os quatros manos seguiam a risca todos os seus conselhos
Foram crescendo e a coisa foi mudando
Primeiro fumando, segundo cheirando, terceiro injetando e quarto roubando
É difícil pra mim contar isso assim
Mas espero que sirva de exemplo a quem está errado
Ainda é tempo de voltar para o outro lado
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 2: Mano Ed, Aliado G]
É domingão, que maravilha
E a playboyzada rodando de carro no bairro vizinho
Curtindo altas minas, mas na favela a história é diferente
Não tem piscina, pelo contrário
Tem um boteco a cada esquina
É o cenário ideal pra mais uma chacina
Dar um rolê na favela (pode crer)
É diversão para os otários fardados que estavam de plantão
O camburão parou em frente ao bar
Essa é a hora em que o filho chora e a mãe não vê
Já foram logo enquadrando o Celsinho
"É meu vizinho", gritou um dos manos
"Então, fulano, cala a boca senão vai junto"
Bem na ocasião, estava com o cheio em cima, não teve perdão
Foi chamado pro acerto, na presença de crianças
Recém saídas do berço, o mais velho devia ter (o que?) uns 13 anos
O tal Celsinho foi levado de quebrada
Não muito longe, a uma quadra
Nem bem saiu do bar e já ouvi os disparos
Por calibres pesados foi derrubado
O tal Celsinho já era
Naquele momento, um juramento foi feito ali mesmo na porta do bar
E os quatro manos resolveram cobrar a bronca do finado
No chão esticado, lama na cara, revólver na mão
Pode crer, a coisa vai complicar
Fulano que tiver de farda nenhum vai sobrar
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 3: Aliado G, Mano Ed]
Quatro mentes brilhantes pra nada interessante
Roubar e matar se tornou uma constante
Trocar tiro com a polícia era coisa normal
Infelizmente, pra muita gente, é difícil entender
Mas tudo leva a crer que eu seja um pessimista de plantão
Já deu pra perceber que a nossa história não vai ter final feliz
Face da Morte e o rap é isso aí
Falar a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade
No mundo do crime não, não, não existe piedade
A essa altura nossa fama já correu a cidade
Pouca idade, muita perícia
Ameaça viva a quem tiver com a farda da polícia
O camburão na favela já não entra mais
Os calibres pesados agora do outro lado
Metralhadora, armamento não falta, tem pra escolha
O patrimônio se estendeu, cresceu
Será que isso tudo realmente valeu?
Agora estamos curtindo, nos divertindo
E aquela vaga lembrança de alguns anos vem vindo
Fulano que matou Celsinho até hoje está rindo
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 4: Mano Ed, Aliado G]
"Talvez você nunca ouviu dizer
Mas a polícia tem sua parte, tem seu BV"
E, nesse dia, eles vieram buscar
Um vai na frente à paisana pra combinar, hora e lugar
A reunião está marcada numa quebrada macabra
Dá medo de olhar, dá medo até de lembrar
Quando a polícia chegou já estavam lá
Um baseado cada um sossegado fumando tranquilamente esperando
Quando, de repente, um tipo estranho na frente
Vem puxando o portão
"Então, vamo que vamo lá trocar ideia com esses ladrão e tal
Se não der nosso dinheiro vai ficar pequeno hein"
O rosto era bem familiar, não era desconhecido
"Pode crer, é esse aí o fulano, é o pedido
Agora eu quero ver quem é que vai morrer
Não me conhece, fulano? Sou um dos quatro manos
"Então, normal, só vim buscar meu BV e tal, nada mais
Nada mais o caralho não se faça de otário
Não seja vacilão, bobeou, "pá-pá", vai pro chão
Se liga, se liga, viaja só um pouquinho, se lembra do Celsinho?
Aqui mesmo na favela ele foi derrubado e é você o autor dos disparos
Agora, então, é que é a ideia de rocha, não atiro nas costas
Sai andando, conta até dez, pode virar pra mim
Quem sacar primeiro, ahm, no outro põe um fim
Ele saiu andando e contou até quatro
Quando tentou virar, "pá-pá", um abraço
Calibre doze no peito, um arregaço, é
Sobre esses quatro manos temos muito a contar
Face da Morte e a gente volta a falar
Periferia das grandes cidades, palco das maldades
Refúgio pra quem chega de outros estados
Estão isolados do eixo Rio-São Paulo
Quem olha de fora acha que ganha dinheiro em qualquer lugar e a qualquer hora
Não é bem assim
Olhem pra mim, são palavras que batem forte no seu coração
Principalmente se você se enquadra na questão
Dezembro de 81 aconteceu a invasão
Uma área vazia, não tinha dono, não
Está constituída mais uma favela
No ano seguinte, apareceu o primеiro traficante
Era o Celsinho, semprе elegante
Cordões de ouro, camisa de seda, uma beleza
Pra molecada, era o anjo da guarda, era o espelho
E os quatros manos seguiam a risca todos os seus conselhos
Foram crescendo e a coisa foi mudando
Primeiro fumando, segundo cheirando, terceiro injetando e quarto roubando
É difícil pra mim contar isso assim
Mas espero que sirva de exemplo a quem está errado
Ainda é tempo de voltar para o outro lado
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 2: Mano Ed, Aliado G]
É domingão, que maravilha
E a playboyzada rodando de carro no bairro vizinho
Curtindo altas minas, mas na favela a história é diferente
Não tem piscina, pelo contrário
Tem um boteco a cada esquina
É o cenário ideal pra mais uma chacina
Dar um rolê na favela (pode crer)
É diversão para os otários fardados que estavam de plantão
O camburão parou em frente ao bar
Essa é a hora em que o filho chora e a mãe não vê
Já foram logo enquadrando o Celsinho
"É meu vizinho", gritou um dos manos
"Então, fulano, cala a boca senão vai junto"
Bem na ocasião, estava com o cheio em cima, não teve perdão
Foi chamado pro acerto, na presença de crianças
Recém saídas do berço, o mais velho devia ter (o que?) uns 13 anos
O tal Celsinho foi levado de quebrada
Não muito longe, a uma quadra
Nem bem saiu do bar e já ouvi os disparos
Por calibres pesados foi derrubado
O tal Celsinho já era
Naquele momento, um juramento foi feito ali mesmo na porta do bar
E os quatro manos resolveram cobrar a bronca do finado
No chão esticado, lama na cara, revólver na mão
Pode crer, a coisa vai complicar
Fulano que tiver de farda nenhum vai sobrar
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 3: Aliado G, Mano Ed]
Quatro mentes brilhantes pra nada interessante
Roubar e matar se tornou uma constante
Trocar tiro com a polícia era coisa normal
Infelizmente, pra muita gente, é difícil entender
Mas tudo leva a crer que eu seja um pessimista de plantão
Já deu pra perceber que a nossa história não vai ter final feliz
Face da Morte e o rap é isso aí
Falar a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade
No mundo do crime não, não, não existe piedade
A essa altura nossa fama já correu a cidade
Pouca idade, muita perícia
Ameaça viva a quem tiver com a farda da polícia
O camburão na favela já não entra mais
Os calibres pesados agora do outro lado
Metralhadora, armamento não falta, tem pra escolha
O patrimônio se estendeu, cresceu
Será que isso tudo realmente valeu?
Agora estamos curtindo, nos divertindo
E aquela vaga lembrança de alguns anos vem vindo
Fulano que matou Celsinho até hoje está rindo
[Refrão: Aliado G]
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
A história de quatro manos agora nós vamos contar
A história de quatro manos agora nós vamos contar
Quando criança só pensava em ser bandido
[Verso 4: Mano Ed, Aliado G]
"Talvez você nunca ouviu dizer
Mas a polícia tem sua parte, tem seu BV"
E, nesse dia, eles vieram buscar
Um vai na frente à paisana pra combinar, hora e lugar
A reunião está marcada numa quebrada macabra
Dá medo de olhar, dá medo até de lembrar
Quando a polícia chegou já estavam lá
Um baseado cada um sossegado fumando tranquilamente esperando
Quando, de repente, um tipo estranho na frente
Vem puxando o portão
"Então, vamo que vamo lá trocar ideia com esses ladrão e tal
Se não der nosso dinheiro vai ficar pequeno hein"
O rosto era bem familiar, não era desconhecido
"Pode crer, é esse aí o fulano, é o pedido
Agora eu quero ver quem é que vai morrer
Não me conhece, fulano? Sou um dos quatro manos
"Então, normal, só vim buscar meu BV e tal, nada mais
Nada mais o caralho não se faça de otário
Não seja vacilão, bobeou, "pá-pá", vai pro chão
Se liga, se liga, viaja só um pouquinho, se lembra do Celsinho?
Aqui mesmo na favela ele foi derrubado e é você o autor dos disparos
Agora, então, é que é a ideia de rocha, não atiro nas costas
Sai andando, conta até dez, pode virar pra mim
Quem sacar primeiro, ahm, no outro põe um fim
Ele saiu andando e contou até quatro
Quando tentou virar, "pá-pá", um abraço
Calibre doze no peito, um arregaço, é
Sobre esses quatro manos temos muito a contar
Face da Morte e a gente volta a falar