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Rita Rosa by Alex FULL Lyrics

Genre: rap | Year: 2016

Part. I

Https://www.youtube.com/watch?v=XaRhrfzlsJI
[Verso 1: Rita]
Mas como é estranha a vida
Sobreviva, como a rotina dita
Indo as entranhas, Rita
Cita uma dor que a habita
Loira e bela, jovem e escultural
Cheia de sequelas, mazela social
Se produz pro batente, seduz sem querer ser seduzente
Responsável pelo que cativas
Num é assim que isso se entende
Trilhas rotineiras a levam ao purgatório
Aonde as minas que mutilam
São plantadas em rostos aleatórios
Um assobio desconcerta a harmonia
Quando vê logo sumiu o que sobrou de alegria
Bate o ponto, guarda os pertences nos aposentos
O que a pertence é uma máscara e um espírito coagulado
(De tanto sangrar)
Guarda tudo que lhe trás cicatrizes
E que isso não a imploda
Antes do esperado
(E quando será?)
Criminosa por ser rosa, onde plantam
Só pra colher quando querem
Objeto pra saciar libido não é objetivo
Sussurros subjetivos ferem
[Verso 2: Rita]
Garante o pão de secretária, na faixa etária e sem cesária
Mas não se sente párea, nessa área, uma ajuda é rara
Se sente um fantoche, rolam os deboches
É de prache, e a autoestima as vezes foge
A mão no broche, intimida
Nenhum poste ilumina
O porsche na esquina
Da Carona, logo duvida
Se lembra daquela tarde de primavera
Onde a irmã e a prima Vera
Brincavam à vera com ela
Mas um susto à desaspera
- Espera, não faz isso com ela!
Ele à escabela, era tão bela
Mas teve a alma selada numa cela
Cada segundo era um milênio
Ela só queria morrer
Se perguntava em silêncio porque
Que aquilo tinha que acontecer
E as chamas no peito de Rita se tornam cinzas
E o sol não a ilumina, seu mundo é cinza

Part. II

Https://www.youtube.com/watch?v=d5bSfdKaL4Y
[Verso 1: Rosa]
Desde que se conhece por gente
Dizem a ela que preto não é gente
E isso sempre a preenchou de rancor
Viu desde os 13 como a vida é suja
Pai frustrado, amargurado
Qualquer motivo vira surra
Cada irmão tinha seu filme de terror
Cada dia um paradigma, um horror
Se sentia digna de algo melhor
Ofertas, descobertas, um refúgio e logo fugiu
Foi ganhar a grana como dava, prima onde não existe tio
Selvageria todo dia, o ceifeiro era
Visita com horário agendado
Surpresa ao poder pôr pão na mesa
E ao ver seu pai sair algemado
As coisas só pioram, a véia adoece, prece nenhuma cura
E as crianças choram e padecem, ela decide ir pra rua
Sem saneamento nem ensino básico
Sem Creche ou asfalto
Intervenção do município ou do estado
A necessidade a leva à sacrificar seu tesouro máximo
Nunca soube o gosto da transa, sangra, o gosto é amargo

[Refrão + Sample]
[Verso 2: Rosa]
Juntava seus pedaços e os trocados
Trocava pelo que dava, sorte no dado
Deus não pode olhar pra ela e esperar ser perdoado
E cada cliente era uma cicatriz diferente, no corpo e na alma
Pobre e rico, solteiro ou casado, se satisfazem dessa forma
E pra ela nada mais importa, desde que a família coma
O pior sempre piora, agora encontra a mãe em coma
Teste às emoções, e ela nem as tem mais
Uma carteira satisfeita, libido é algo extinto
Mesmo sem mal ter existido, o próximo já tá na espreita
Dá tempo pra um suspiro
Sensação horrível, De javú? Arrepios seguidos de gritos selvagens
Hematomas já não eram ocultos, haja maquiagem
Vulto que personificou tudo que é sujo
Tapas que agridem o espírito
Era cada vez mais escuro e ela já não respondia os estímulos
Ele não paga e ela apaga, a roupa rasgada e o sangue pinga
Grunhidos inconscientes, a cama range, fedor de pinga
O que houve ninguém sabe se tem à ver com sina
Naquela noite, ele se satisfazia com o cadáver da filha
A Dona Hermínia, contraiu infecção na espera do leito
E o leite das crianças, fica de que jeito?
Matéria prima pra tráfico e prostituição
3 guri e 2 meninas, que o estado não vai dar atenção
E essa Maria não teve a mesma sorte que a da Penha
Saldo de 3 mortos, 8 vidas destruídas, Maria tava Prenha

[Outro]
Rosa não é excessão, ficção que espelha a verdade
Rosa é um broto que floresceu em meio à realidade